Há exatamente 80 anos São Paulo pegava em armas para lutar contra a ditadura Vargas exigindo, principalmente, a promulgação de uma Constituição já que a de 1891 havia sido rasgada pelos golpistas que derrubaram Washington Luis e, ao mesmo tempo, impediram a posse de Júlio Prestes que havia vencido as eleições presidenciais em 1930. Foi no dia 9 de julho de 1932 que eclodiu o movimento onde São Paulo ficou praticamente sózinho contra as tropas legalistas e mais os simpatizantes da di tadura. A decisão pela luta armada já vinha sendo acalentada, porém, ganhou força no dia 23 de maio daquele ano quando tropas fieis a Getúlio dispararam tiros contra uma multidão que fazia manifestações contra o governo na esquina da avenida Ipiranga com a Barão de Itapetininga. Quatro estudantes foram mortos, Miragaia, Martins, Dráuzio e Camargo. Com as iniciais de seus nomes, no dia seguinte, foi criado um movimento de resistência denominado MMDC. Até hoje, todos os anos, no dia 9 de julho, há uma troca de comando no chamado Exército Constitucionalista MMDC assumindo sempre um ex-combatente, dentre os pouquíssimos que ainda vivem. Em 1999 assumiu o comando o primeiro veterano civil da lista, José Soares Marins. O último militar que comandou o MMDC foi o coronel de Exército Atiliano Martins Correia, que em 1932, quando se deu a revolução, tinha a patente de capitão. Aos 92 anos, quando transferiu o comando para Marins, aind a amargurava o fato de não ter sido reintegrado ao Exército após voltar do exílio em Portugal:
O coronel Atiliano, já falecido, tendo escapado com vida aos horrores de uma guerra civil não passou incólume pelos atos de vingança contra aqueles que tiveram a ousadia de desafiar o governo ditatorial. Exemplos de bravura são incontáveis naquela epopéia. Como diz uma inscrição do poeta Guilherme de Almeida junto à entrada da capela e da cripta do obelisco do Ibirapuera, eles “viveram pouco para morrer bem, morreram jovens para viver sempre”.
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